Crise em Portugal "seguida de perto" por emigrantes em Nova Iorque

A crise em Portugal está a ser "seguida de perto" pelos emigrantes portugueses na região de Nova Iorque, afirma o senador luso-americano Jack Martins, que tem contactado com eeles na sua campanha para a reeleição.
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Muitos destes emigrantes, disse à Lusa o ex-presidente da câmara de Mineola, pequena cidade próxima de Nova Iorque, são relativamente recentes, de primeira ou segunda geração, tendo familiares em Portugal, e a maioria tem propriedades e investimentos no país de origem.

"Estão a acompanhar de perto os desenvolvimentos em Portugal. Há uma óbvia preocupação com os seus entes queridos no país e com o impacto da crise nas pessoas e no seu bem-estar", disse Martins.

"Num nível secundário, mostram-se preocupados também com os seus próprios investimentos", adiantou.

Em parte devido aos problemas económicos e financeiros no grande parceiro comercial que é a União Europeia, os Estados Unidos chegam a vésperas das eleições de 6 de novembro com a economia a crescer a um ritmo lento, incapaz de retirar o desemprego de máximos históricos, próximos de 8 por cento.

Mas os debates entre os candidatos presidenciais Barack Obama e Mitt Romney terminaram sem se falar do euro, um exemplo negativo na campanha - de irresponsabilidade orçamental para os republicanos, e dos danos da austeridade para os democratas.

Em campanha, foi o republicano a falar mais da Europa, cujas políticas sociais, com "danosas" consequências orçamentais, tentou colar ao seu adversário.

"Não quero ir pelo caminho da Espanha. Quero ir pelo caminho do crescimento e que põe os americanos a trabalhar", disse o ex-governador do Massachusetts no primeiro debate com Obama, a 3 de outubro em Denver, ideia que viria a repetir no último frente-a-frente, mas dando como exemplo a Grécia.

Jack Martins, não considera invulgar esta ausência de debate profundo sobre os assuntos europeus, numa eleição que é sobre a "experiência americana", em que a "importância crítica da interligação" entre economias norte-americana e europeia é um dado adquirido.

"Quando lidamos com uma eleição nacional [nos Estados Unidos], a tendência é o enfoque em assuntos domésticos e na política externa do ponto de vista americano", disse à Lusa o candidato a um segundo mandato no Senado de Nova Iorque.

Para Martins, ganhe Obama ou Romney, não é de esperar uma mudança na postura perante a crise europeia.

O mesmo, defende, deverá acontecer em particular, nas questões relacionadas com os programas de resgate económico a Portugal, Grécia e Irlanda, ou renegociações nos seus termos.

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